Fernando Pessoa nasceu em Lisboa, em 13 de junho de 1888 e faleceu, também em Lisboa, em 30 de novembro de 1935.
Encontrar com Fernando Pessoa foi outro grande acontecimento.
Primeiro foram os poemas do Mensagem, com versos de me marcaram e me acompanham desde então.
Depois vieram os heterônimos, com poemas contundentes, como Poema em linha reta e, digamos, românticos, como este:
A flor que és/ não a que dás/ eu quero./ Por que me negas/ o que te não peço?/ Tempo há para negares/ depois de teres dado…
Conheci Pessoa quando fui do Crato para Brasília em 1968. Cheguei lá em fevereiro, depois do vestibular, que só fiz em janeiro do ano seguinte. Então vivi todo o ano de 1968, em Brasília, morando em um barraco, que servia de alojamento, dentro da UnB.
Quando não tinha passeata na W3 ou invasão da polícia no Campus, geralmente eu passava o dia inteiro na Biblioteca Central.
Lia as coisas para o vestibular. Mas lia outras coisas: antropologia, história, José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Jorge Amado e Guimarães Rosa, principalmente. E também lia Fernando Pessoa.
PESSOA
Pessoa
poeta diverso
de si mesmo
verso e reverso.
No espelho onde se via
um poeta duvidava
outro consentia
um chorava
outro sorria.
Pessoa
poeta vário.
Não o que é
mas, ao contrário
aquele que nega
quando dá
o que navega
em alto mar
o que caminha
em linha reta
o que pede, dar
e se entrega.
Pessoa
poeta movimento
entre razão
e sentimento.
Um poeta é equação
o outro, fingimento.
Um é amor e humor
outro é prazer e dor
esclarecimento.
Pessoa
poeta plural.
Um sente saudade
outro de verdade
ama Portugal.
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